"Dom de Línguas: O dom que abre portas para outros dons"
- E CUMPRINDO-SE o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;
- E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.
- E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais puseram sobre cada um deles.
- E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhe concedia que falassem.
- E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.
- E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua.
- E todos pasmavam e se maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! Não são Galileu todos esses homens que estão falando?
- Como, pois, os ouvimos, cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?
- Partos e medas, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, e Judéia, e Capadócia, Ponto e Ásia,
- E Frígia e Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos,
- Cretenses e árabes, todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus.
- E todos se maravilhavam e estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer?
Ainda segundo o relato bíblico, os forasteiros primeiramente teriam zombado dos apóstolos, dizendo que estes estavam "cheios de mosto", isto é, bêbados. O Apóstolo Pedro então, levantando-se, procedeu a uma fala, ao final da qual quase três mil pessoas haviam se convertido.
Segundo a doutrina cristã tradicional, antes do advento das seitas autodenominadas pentecostais e neo-pentecostais, o fenômeno de falar em línguas foi restrito ao fato de Pentecostes.]Segundo esse entendimento, o fenômeno de línguas narrado em Pentecostes não é o mesmo narrado em São Paulo, na primeira carta aos coríntios - sendo esse decorrente do paganismo que ainda se praticava naquela cidade da Grécia Antiga.
Interpretações para o Dom de línguas
Apesar de a descrição bíblica ser clara, algumas denominações religiosas confunde o chamado dom de línguas com a Glossolalia, ou mesmo com a xenoglossia. Assim, tem-se a glossolalia como a tradução para o dom de línguas em denominações como a Assembléia de Deus e a Congregação Cristã, ambas de origem estadunidense e pentecostal, aspecto que enfatizam em sua teologia. Já a xenoglossia, segundo estudos antropológicos feitos no Brasil, são mais raros, pois consistem em falar-se uma língua, viva ou morta, existente; O sociólogo Pedro A. Ribeiro de Oliveira, por exemplo, consignou em sua pesquisa a existência de apenas um caso de xenoglossia (ou xenolalia), entre os grupos evangélicos pesquisados, apontando que a grande maioria dizia falar em”. glossolalia, isto é, um conjunto de sons pronunciados de modo rítmico, sem significação aparente. "Dom de línguas na modernidade
Existem, nas modernas acepções para o "falar em línguas", três formas de manifestação nos cultos religiosos: o falar, o orar e, finalmente, o cantar em "línguas". Quanto à condição consciencial do momento diz-se que podem ser extáticos e não-extáticos, em suas variantes o orador mantendo quase sempre a consciência do quanto lhe ocorre ao redor, como em situações registradas em cultos afros e da Renovação Carismática Católica.Oliveira Júnior, estudioso da PUC, refere-se à glossolalia como a "língua dos anjos" e que, portanto, não precisa de significado outro, senão aquele contextual no qual está inserido, chamando-a, entretanto, de "glossolalia religiosa“. Segundo este autor o embasamento para o dom de línguas pelas denominações cristãs modernas afastam-se do conceito dos Atos dos Apóstolos, e fiam-se nas epístolas de Paulo de Tarso, notadamente com expressões que considera ligada aos fatos narrados em Atos, tais como: "língua dos anjos" (I Coríntios, 13,1), "palavras inefáveis ditas no paraíso" (II Cor. 12,4), "cantos em espírito" (I Cor. 14: 15/Efésios 5: 19), "gemidos inefáveis",
dentre outras.
Na próxima quarta-feira... Dom de Lágrimas: um dom Silencioso!

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